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Coringa: Delírio a Dois é corajoso assim como o anterior!

Antes de ler, saibam que trarei spoiler do início ao fim sobre Coringa: Delírio a Dois.

Coringa-Delirio-a-Dois-Pode-300x188 Coringa: Delírio a Dois é corajoso assim como o anterior!

Começar falando a respeito do que está movendo toda a crítica desse filme. AS MÚSICAS. Sim, temos muitas músicas. Sim, elas enchem o saco. E é proposital. Assim como no primeiro filme onde tudo que vemos das ações e motivações de Arthur Fleck são reflexos do ambiente hostil e degradado em que ele vive, aqui não é diferente. Quando a música entra em sua vida, TUDO gira em torno dela, até que ele mesmo enche o saco e pede para Lee (Lady Gaga), parar. É como se ele estivesse hipnotizado pelas coisas que ela diz, pelas declarações de amor dela por ele. Até que entendemos os seus reais motivos.

chrome_2024-04-10_13-14-56-300x143 Coringa: Delírio a Dois é corajoso assim como o anterior!

O início do filme tem o mesmo clima tenso, monótono e tedioso que Arthur vivia no primeiro filme. Vemos toda a repercussão do Coringa em meio a sociedade, Arthur vai responder por seus crimes cometidos. Mas seu mundo gira de ponta cabeça quando Lee (Harleen Quinzel / Lady Gaga) entra de paraquedas e sacode tudo que ele acreditava ser verdade.  A personagem de Gaga é uma manipuladora do início ao fim, uma subversão da personagem originalmente criada na série animada do Batman por Bruce Tim em 1992.

Ao longo do filme vamos entendendo que Lee não é aquilo que Arthur Fleck acredita, ela mente e o manipula para que o Coringa tome posse de Arthur.

Assim como aconteceu no mundo real, as pessoas utilizaram a imagem do Coringa de Joaquin Phoenix como um símbolo, e isso é um crítica dentro do próprio filme. Arthur tem uma jornada interna interessantíssima, onde ele busca ser aquilo que todos acham que ele é, o Coringa. Como vemos no filme ele acredita que achou alguém igual a ele, alguém que o entende, mas o que é revelado durante o filme é que Lee, estava o manipulando para ser o que ela queria que ele fosse. Igual aquela música “Quero você como eu quero!”

Alguns veem Arthur como vítima, como é o caso de sua advogada. Ela tenta de toda forma coloca-lo em um status de incapaz, justamente para tira-lo de o circo criado pela mídia sensacionalista, que ao mesmo tempo que o culpa, faz as pessoas terem mais interesse sobre ele. E é através do coitadismo, que Lee faz com que Arthur ignore as tentativas da advogada, visto que para ela, e para grande parte da sociedade, o Coringa é um herói, um símbolo da liberdade.

O filme é assim como o primeiro, medroso. Sim! Em determinado momento próximo ao final, Arthur declara: “Eu não sou o Coringa, não sou o que querem que eu seja” (Talvez não exatamente com essas palavras pois não decorei, mas a ideia é essa.) E realmente, ele não é. Ele é uma pessoa doente, alguém que precisa de tratamento, que tem consciência dos seus atos falhos e que quer ajuda. Por isso ele achava que Lee (Lady Gaga), estava ao seu lado, mas o que ela queria era estar perto do Coringa, do símbolo que ela acreditava que o Coringa era.

E tudo isso é confirmado no final.

SPOILER PESADO!

Na cena final, quando Arthur já condenado, está andando no corredor para encontrar com alguém (não revelado), que foi visita-lo na penitenciária, um interno o interrompe e pede para contar-lhe uma piada. E assim como todas as piadas de Arthur, não tem a menor graça. E este rapaz finaliza seu espetáculo esfaqueando a barriga de Arthur e o matando ali no corredor.

O detalhe vem na última câmera do filme. Esse interno, sentado no chão próximo ao corpo de Arthur, com a mesma faca que esfaqueou nosso Coringa, corta a própria boca. Fazendo uma referência a uma das origens contadas pelo Coringa de Heath Ledger no filme Cavaleiros das Trevas de Nolan.

Então é isso! O filme é bom, sim. É um musical, sim. E vale a pena ser assistido.

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